O vidro é um material fantástico. Feito a partir de sílica e fogo, funde-se, molda-se ao bel prazer do aquecimento e do aquecedor. Forma de belíssimas esculturas até simples copos.
Um copo de vidro serve para conter alguma substância volúvel o suficiente para não poder ser contida sozinha, exceto o libertinário gás. Assim, líquidos, pastosos, quase sólidos, substâncias que você pode ver, mensurar, sentir, tocar, você pode guardar com o copo de vidro.
Assim como o vidro são os depósitos de sentimentos que você tem: Seus sentimentos são substâncias quase sólidas, mas precisam de um espaço para serem contidas, e a analogia do copo é perfeita: É um reservatório bonito, resistente até certo ponto, e indicado para guardar estas substâncias.
Mas o que ocorre quando você trinca ou quebra um copo de vidro? Algumas substâncias, as mais delicadas, ele não conseguirá mais conter: Elas escaparão como o gás, fluindo através das rachaduras, esvaziando seu conteúdo. E assim, rachado, talvez sangre até a morte da substância. E quebrado, todo o seu conteúdo terá se perdido, sumirá, será levado pela vida, pelo vento ou pelas intempéries, pois o reservatório não mais existe.
E depois de quebrado, não há mais como fundi-lo novamente. Não há como reciclar, refazer, remontar ou colar. Mesmo que use a melhor das colas existentes, ficará marcado, e qualquer movimento brusco, o fará em mil pedaços novamente. Não adianta.
Cuide do seu copo, proteja-o. Pinte-o de mil cores, encha-o até transbordar, mas nunca o quebre. Você poderá nunca mais poder contar com ele.
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