sexta-feira, 6 de maio de 2011

A luta diária/Eu chego lá!

Desde a década de 60, com a invenção da pílula, as mulheres puderam pensar em programar sua família e assim, ter mais tempo para si e para pensar numa carreira profissional.

E assim, em poucos anos, já somos boa parte da força de trabalho e pesquisa deste país. E como todas sabemos, acumulamos as tarefas de casa com cuidados da família, e emprego, faculdade, cursos, etc. Temos que nos virar em cinco, para cumprir todas as atividades diárias. E hoje em dia em que ter uma secretária em casa é artigo cada vez mais raro, acumulamos muitas, mas muitas tarefas mesmo.

No meu humilde exemplo, um dia típico meu é: Acordar (5h30), acordar as crianças, fazer o café, tomar banho, arrumar a mesa e lavar a louça do café, deixar a marmita, deixar as crianças na escola, ir para o trabalho, onde passo seis horas "matando jacarés e tentando drenar o pântano". De 13h, saio do trabalho, busco as crianças na escola, levo para casa, almoço, lavo a louça suja do almoço e vou para a aula do mestrado. Saindo da aula às 18h, passo na padaria, vou para casa, arrumo o jantar, jantamos, arrumo a mesa e a cozinha, e lavo a louça do jantar. Arrumo o que está 'mais urgente' pela casa, e vou ajudar as crianças no dever de casa. Depois vou ver emails, ajustar a agenda de trabalho do dia seguinte, fazer as tarefas do mestrado, estudar e ver jornais. Hora de dormir, já são por volta de 22h30, 23h. Isso quando não tem um supermercado para fazer, material de manutençao da casa para comprar, carro para levar na concessionária...

Para que nós consigamos manter toda essa rotina, é muito importante uma retaguarda, uma pessoa que esteja com a gente e que incentive, colabore e ajude, pois sem apoio, a jornada fica muito, mas muito mais pesada.

E o que geralmente vemos, são os maridos reclamando porque a mulher trabalha muito, porque não tem tempo para casa, que deveria ficar mais em casa. Resquicios machistas, que infelizmente ainda aparecem muito na nossa sociedade.

Hoje somos cada vez mais chefes, professoras, coordenadoras, responsáveis pelo domicílio. Ainda é uma luta grande, ainda se queimam muitos soutiens e ainda existem muitas marias da penha por aí, e cabe a nós fazer nossa parte, não esmorecer, não rebaixar, não aceitar a velada chantagem emocional por trás de um resmungo, de um muxoxo, de uma reclamação.

Eu tenho muito orgulho do que consegui até hoje, de onde estou, como cheguei. Tenho minhas metas, sei o que quero estar fazendo daqui a quatro e oito anos, estou correndo atrás disso. Muitos percalços, muitas dificuldades,mas também muitas felicidades, quando recebo um bom parabéns ou uma proposta no trabalho ou no mestrado, pois sei que estou indo no caminho certo.

E lá vou eu, coração aberto, quase estafada, mas seguindo em frente. Eu chego lá, seja lá onde for!

Um comentário:

Anônimo disse...

Não é a toa que em seu nome tem Guerra, pois você é sim uma Guerreira. Do pouco que te conheço, tenho motivos de sobra para ter o imenso orgulho em ser seu amigo.
Marcos Leal