quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Mensagens Importadas!!!

Blog novo, transferi todas as mensagens do de la para o de cá.


Efemeramente Denise


24/08/2006

O que EU posso dizer? Meu assunto preferido sou EU, muito provavelmente porque seja o único assunto que EU domino com perfeição. Conheço cada detalhe do meu EU, e posso dizer que gosto de uns e desgosto de outros, uns eu mostro, outros EU ponho para baixo do tapete, como se ninguém fosse ver, e muitas vezes não vêem (ou fazem de conta que não).

EU acho que meu egocentrismo umbiguístico (posso escrever assim?) é quase unânime dentro dos neurônios que ainda não foram corrompidos pela sociedade e pela cerveja, embora EU não saiba precisar qual a ordem ou a importância destes...

E quem sou EU? Eu sei que EU NÃO sou a pessoa mais inteligente, mais bonita, mais descolada ou mais importante que a humanidade já conheceu, mas EU sei que o axioma EU deve ser levado em consideração, filosoficamente falando. EU sou um axioma que é e ao mesmo tempo que não é. Sou teórica e demonstrativa, concreta e abstrata, yin e yang, absolutamente EU, e sou EU o suficiente pra falar esse monte de bobagem...

EU sei o que significa déficit primário, entendo algo sobre política, economia, direito, medicina, tudo. Mas sou suficientemente EU para dizer que posso ser indiferente a muitos assuntos, não pela indiferença em si, mas pelo culto da superficialidade, muitas vezes necessária, de um copo meio cheio ou meio vazio. EU viajo no pensamento, imagino situações que muito gostaria mas muito mais provavelmente nunca viverei. Vivo muitas vidas, crio gestos, frases e escapes, beijo, grito, choro e rio, mas muito mais rio que qualquer outra coisa. mEU mundo paralelo, que sei não ser só mEU, mas de muitos EUS que, como EU, são egocentricamente saudáveis. Pensavas tu ser o(a) único(a)? Nada disso, tem EU.

EU brigo comigo mesma, quando as coisas que EU faço não ficam como EU gostaria; fico nua na frente do espelho esperando que EU goste do que EU estou vendo, e quase-sempre isso nunca acontece com meu EU, e então EU decido fazer alguma coisa, e depois esqueço com as outras milhões de coisas que EU tenho para fazer. EU falo o que penso, não falava, mas vi que muito perdia, falo agora, EU sei dizer sim e EU sei dizer não, sempre que a situação pede. EU não sei dizer sim e não somente para o meu EU, pois meu umbigo nunca ouve. EU morro de preguiça de ir à academia, de fazer tarefas domésticas, de ouvir quem eu não gosto. EU morro de vontade de ir à praia, de viajar, de ir ver um filme legal, de ser amada. EU não faço tudo o que gostaria, mas EU sei que não faço por escolha minha.

EU já fiz muita coisa na vida, das quais deveria me arrepender. Na verdade EU digo que não me arrependo, mas já me arrependi de umas duas ou dez. Mas EU sei que o passado não volta e que a única coisa que eu tenho hoje é o meu presente. EU sei. EU não gosto de gente que fala pelos cotovelos quando não tem nada pra dizer, também não gosto de quem tem muito para dizer e me diz nada. EU gosto de conversar, mais para jogar conversa fora, uma mesa de bar é perfeita, nada fica a não ser a ressaca do outro dia. EU também sei converasr sério, mas a vida não é para ser levada tão a sério, meu EU já descobriu isso.

EU minto quando quero dizer a verdade, digo a verdade quando deveria mentir, EU não gosto que mintam para mim. EU já reescrevi mensagens diversas vezez, para apagá-las quando termino, e reescrever e nunca enviar. Gostaria de ter recebido algumas mensagens que nunca chegaram, mas eu as espero mesmo assim. E se elas não chegarem EU vou achar que só esqueceram de enviar. EU não espero nada mais das pessoas além do que as pessoas podem me dar. EU escolho meus amigos.

EU pensava que as roupas que eu fazia para minha fofolete iam se perder, pois ela ia crescer. EU pensava que macarrão nascia em árvore, e que o arroz já crescia soltinho. EU vejo que ainda penso como naquela época. EU ainda não cresci.



Escrito por Denise às 16h29
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Plutão é "Rebaixado" da condição de planeta

Matéria postada na capa nos principais jornais: Plutão não é mais um planeta (ver matéria completa logo abaixo). E então eu me pergunto, superficialmente pensando; E agora, e os astrólogos, o que hão de dizer sobre isso? Como ficam os escorpianos, regidos pelo planeta? Será que muda alguma coisa na leitura da interferência do ex-planeta? E Plutão, o que tem a dizer sobre isso????

Estas coisas só me fazem ter a certeza que nada sabemos, é tudo conjectura, tudo teoria que pode ser modificada a qualquer momento. vírus vãos, nós humanos... rastejantes na nossa sabedoria que nada é.


24/08/2006 - 11h12
Definição científica de planeta exclui Plutão

Praga, 24 ago (EFE).- A União Astronômica Internacional excluiu hoje Plutão como um planeta de pleno direito do Sistema Solar, após longas e intensas controvérsias sobre esta resolução.

Com a decisão votada hoje no plenário da XXVI Assembléia Geral da entidade, realizada em Praga, se reduz o número de planetas no Sistema Solar de nove para oito. Os mais de 2.500 analistas de 75 países reunidos na capital tcheca reconhecem desta forma que se cometeu um erro quando se outorgou a Plutão a categoria de planeta, em 1930, ano de sua descoberta.

A definição adotada hoje preenche um vazio que existia neste campo científico desde os tempos do astrônomo polonês Copérnico (1473-1543).

A nova definição estabelece três grupos de planetas, o primeiro com os oito planetas "clássicos" - Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Netuno, Saturno e Urano -, depois um segundo, que são os asteróides, e um terceiro grupo, com Plutão e o novo objeto UB313, descoberto no ano passado.

Plutão, descoberto há 76 anos pelo cientista americano Clyde Tombaugh (1906-1997), é objeto de polêmica há décadas, principalmente devido a seu tamanho, que foi reduzido ano após ano e que foi estabelecido agora em 2.300 quilômetros de diâmetro.

Assim, Plutão é muito menor que a Terra (12.750 quilômetros) e até mesmo menor que a Lua (3.480 quilômetros) e o UB313 (3.000 quilômetros), que no entanto está muito mais longe do Sol.

Outro argumento contra Plutão é a forma pouco ortodoxa de sua órbita, cuja inclinação não é paralela à da Terra e a dos outros sete planetas do Sistema Solar.



13/08/2006

Rumos...

Ultimamente andava sem sonhos, sem planos, vendo passar e passando, mas mal passando e não passando bem. Penso que não posso simplesmente passar assim, sem passar nada para mais ninguém, apenas vendo passar... Então que passou uma idéia na minha cabeça: Deixar pelo menos minha visão passar para alguém, como as dos mágicos Alex e Hugo, os do Beco que tanto admiro, pretendo agora não deixar mais passar minha vontade de ver: Vou fazer um curso de fotografia!!

E vendo, mostrando o meu ver, vou poder passar não desapercebida, mas passar algum recado. Só falta a câmera!!!!!

Ah, fotos também são efêmeras, mas não tanto quanto eu...

Escrito por Denise às 21h26
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Como eu disse, efêmero!

Efêmero como a vida é o sentir-se feliz. Aproveite o momento, pois é a única coisa que você tem: O ontem não pode ser mudado, o amanhã ainda não lhe pertence. Viva o hoje.

E hoje (não o dia do calendário, mas três dias atrás) hoje eu estou novamente bem, meu sol foi aceso novamente, não está mais somente o fio de vela, luz que precisa de um fósforo, de uma iniciativa interna: brilha com luz própria! Depois de tantos dias cinza e tantas noites negras, o sol volta a aparecer na minha vida.

O motivo? um tcc! Pedi para ser orientada, não pensava ganhar um sim, mas sim um não, mas como sou teimosa perguntei mesmo assim. Afinal, não podia ser pior do que eu já esperava!! "Sinto muito, não estou com nenhuma orientação este semestre, não tenho tempo!!" Perguntei! E recebi um SIM!!!!!!!!! Sim, eu acredito no seu potencial! Sim, eu assino com você o seu trabalho! Sim, eu sei que você fará um bom trabalho! Sim, eu posso confiar na sua capacidade!!

SIM!!

Raio de sol, você, mesmo sem saber, sem imaginar, foi meu raio de sol! Dias cinzentos e noites negras me fizeram descrer na minha capacidade, no meu potencial. OBRIGADA!!!!! Muito obrigada! Caramba, como pude me pensar assim? Obrigada.

Ainda bem que a vida é efêmera!


20/01/2007

Pedras no caminho.

be happyAinda versando sobre o mesmo tema, de que você é o único responsável pela sua vida e pela sua felicidade, encontrei esta outra parábola oriental, que expressa que a nossa posição diante dos acontecimetos da vida fazem toda a diferença. Sua postura no dia-a-dia é quem irá determinar qual a pedra que você carrega, e o peso que ela terá.

Não se boicote, não se empurre para baixo, voe, faça!

Pedras e pedras...

Um peregrino passa diante de um vasto canteiro de obras.
– O que você está fazendo? – pergunta a um dos operários que vê por ali, trabalhando com grande empenho.

O trabalhador acha a pergunta patética. Enxuga o suor do rosto enquanto responde:
– Não está vendo? Estou quebrando pedras.

Mais adiante, o peregrino pergunta a mesma coisa a um outro talhador de pedras.
– Estou ganhando o meu sustento – responde, com grande seriedade.

Antes de deixar o canteiro de obras, o peregrino faz a pergunta ainda uma vez, a um terceiro talhador de pedras.
– Eu estou ajudando a construir uma catedral – responde este, sorrindo.



Escrito por Denise Wingerter às 12h45
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19/01/2007

A culpa é sua!

Uma das coisas que eu vivo dizendo, e que faço dela uma filosofia de vida, é a premissa de que você é o único responsável por sua felicidade. Muita gente briga comigo por causa disso, que é impossível, que a gente só responde ao que os outros nos fazem, e etc. Mas eu continuo afirmando, a resoponsabilidade de sua vida, é totalmente sua!! Culpar os outros é simplesmente uma válvula de escape para a preguiça de ter que fazer por si só: É muito mais fácil culpar os outros e posar de vítima coitadinha do que assumir que você é o culpado e trabalhar para melhorar isso. FAÇA!

Hoje vi uma parábola que diz muito sobre o que eu penso:

A QUEM PERTENCE?

Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que se dedicava a ensinar zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali, Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.
O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras em sua direção, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir...



Escrito por Denise às 08h28
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18/01/2007

Mesmo com todos os machos estéreis, chimpanzé dá à luz

Lógico que há uma vasectomia errada ou revertida naturalmente aí nesta história, mas convenhamos, dá muito pano para manga uma notícia dessas...

Tenho uma amiga antropóloga-socióloga-professora que fica de cabelo em pé com essas histórias!!!

Mesmo com todos os machos estéreis, chimpanzé dá à luz

Uma chimpanzé fêmea deu à luz num retiro para animais de laboratório aposentados, a despeito do fato de todos os machos do local terem sido vasectomizados. Agora, os administradores do Chimp Heaven ("Paraíso dos Chimpanzés") pretendem realizar testes de paternidade nos sete machos que vivem com Teresa, uma chimpanzé de mais de 40 anos, que teve uma menina na última semana.

Assim que o pai for identificado, ele voltará à mesa de cirurgia.

Os administradores do Chimp Heaven disseram ter notado que algo estava errado quando Teresa não apareceu na manhã de oito de janeiro. Mais tarde, ela apareceu com o bebê nos braços. "Bem, ficamos um pouco surpresos ao receber a notícia", disse Linda Brent, porta-voz da instituição. A bebê foi chamada Tracy e passa bem, assim como a mãe, acrescentou Brent.

O Chimp Heaven recebe e trata chimpanzés que não são mais necessários em pesquisas científicas. Foi fundado por um grupo de primatologistas e ocupa 81 hectares de floresta.

Fonte: Estadão



Escrito por Denise às 19h03
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17/01/2007

Roda Viva

Chico Buarque é o meu compositor preferido. Dentre tantos e tantas tão talentosos(as) que possui meu Brasil, ele é o meu preferido. Suas canções falam muito mais do que o que está simplesmente escrito, são cheias de entrelinhas, de maneiras de interpretar, de nuances... Ele é de uma genialidade única, de uma sensibilidade que não vi ninguém mais ter assim tão aguçada.

Hoje, com vocês, pegando carona nas falas do Chico, eis como ando me sentindo em relação à minha vida, uma roda-viva da qual não tenho mais tanto controle assim, nem sei o que fazer...

Roda Viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mais eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
No volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração



Escrito por Denise às 11h36
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16/01/2007

Um Dedinho de Amor

Fui apresentada à Elisa Lucinda por uma grande amiga e, após anos de convivência, descoberta parente, Ana Cristina Tinôco, uma pessoa com um coração muito maior que o corpo poderia comportar, sendo a minhon que é.

Elisa é forte, tem um sentido da vida e na vida que poucas pessoas nascem com. Fico muito grata em conhecer. Valeu, Crys.

Um Dedinho de Amor
(Do livro "Contos de Vista")
www.escolalucinda.com.br

Mamãe tinha cinco filhos e um marido que amava, mas nunca associara amor de casamento com os frutos dessa união. Não tinha um dedinho de consideração por nós. O Kiko ficou reprovado pela 2ª vez na mesma série, e ela disse apenas folheando o jornal: é novo, ano que vem passa.

Eu pequena, olhava aquela hereditariedade de desafeto, aqueles irmãos vindo antes de mim sem afago de mãe. Eu caçula, observava e pensava: qual será a escala para escalá-la? Nada. Era sempre uma mãe distante, mãe montanha, mãe gigante, mãe longe, não imbuída de nos amar, não incumbida dos mais naturais cuidados: merenda, beijo, histórias na hora de dormir, preocupações pentelhas - Não suba no muro, não caia daí!

Ai, era uma mãe extra mater. Parecia que estivéramos todos fora dela quando dentro. Até que um dia o irmão do meio adoeceu sinistramente na sexta e no domingo definitivamente nos deixou. Eu mal chorava. Tudo em mim eram olhos espantados de ver minha mãe assolada de uma ternura mórbida, porém ternuríssima, sobre o corpo: meu filho, meu amado, meu preferido, minha vida. Proferia ela amorosos impropérios destoantes do que eu entendia como real até então. Na dor da perda, minha mãe amava mais aquele filho do que a todos quando nasceram: filho meu, bendito filho meu, o que será de mim?

Compreendi que a culpa disparava nela um amor retroativo, forte, maravilhoso que, se não ressussitara meu irmão, tamanha sua força, em mim produzira uma extensa lavoura de esperança de afeto.

E fora assim desde então. Se algum adoecia, minha mãe fechava as portas dos jornais, da televisão, do marido, do mundo, pra ser só mãe daquele filho enfermo. Cabeceiras insones, histórias contadas até a febre se render, beijos longos que diziam: não me deixe amado, não me deixe.

E eu? Eu tinha era uma filha da puta de uma saúde que teimava em não me largar. Todo mundo lá em casa pegava gripe forte, porque ainda não existia dengue, pegava hepatite tipo analfabeta, porque ainda não havia classificação, caxumba, catapora e infecções sucessivas de garganta. E eu, boinha da silva! Me encostava em todos, me oferecia para cuidar; pequenina ainda, queria respirar o ar contaminado do sangue irmão. E nada. Ela mesmo dizia: essa não precisa de mim. E eu precisava.

Então passei a perseguir acidentes naturais, árvores altas, bombas proibídas em São João, altas velocidades em carrinhos de rolimã, mãos perto demais das fogueiras, mas nenhum galho fraco era meu cúmplice, nenhuma bomba amiga minha, explodira, nenhuma ladeira era minha companheira, nenhuma chama minha irmã.

Um dia, tinha só cinco, fui na gráfica do meu pai. Pensei, vou machucar um pedacinho do meu dedo, vai doer, vai ter sangue, curativo, lágrimas de minha desejada mãe, alguma febre, choro meu, colo, colo, colo e, só depois, muito depois, conserto. Só que a máquina era lâmina e minha matemática, pouca. Calculei mal. Pus o mindinho na guilhotina e fechei os olhos pensando nos olhos de minha adorada mãe que eu ainda não havia experimentado acolhedores sobre mim. Eu era a última, a menorzinha, a despedida da prole, carregava a impressão de ter nascido e ouvido um adeus ao mesmo tempo. A máquina decepara meu dedo. Deixara apenas uma falange-cotoco primeira, uma base de dedo. Foi rápido. Sangue, muito mais sangue do que eu previa. Torpor.

Meu pai desesperado trazido amparado pelos empregados eu não vi. Vi só minha mãe morrendo de dor pelo dedinho meu que perdi e que em mim não doía e nem fazia falta.
- Minha filha, minha filhinha adorada, minha preferida, minha garotinha amada, mamãe tá aqui, tá doendo? Responde, tá doendo? E, eu mentindo: muito mamãe, muito. Mas, não doía nada. Se doía, o amor de minha mãe vindo assim em lufadas inéditas sobre mim que era um machucado só, estancava qualquer dor. Se confessasse, poderia perdê-la de novo. Então perdi um dedinho, um mísero dedinho pra ganhar uma mãe.

Fui crescendo feliz com mimo por aquela mãozinha manca. Na escola, no primeiro dia de aula, me divertia em enfiar essa falange vitoriosa no nariz para que a professora de estréia pensasse que havia todo o dedo dentro dele. Ela repreendia: o quê é isso Cristina? Tira o dedo do nariz! Que coisa feia, menina feia que você é. Vai se machucar assim. Então, eu tirava a falange mínima, quebrando a ilusão ótica no nariz da mestra. E ela: ô, desculpa querida, me perdoa, a titia não sabia...

E olhava com olhos de se olhar com pena sobre os aleijados e muito arrependimento daquela gafe. Eu gostava da cena. Repeti isso por todo primeiro grau, a cada primeiro dia de aula. Era uma beleza.

Nunca mais perdi minha mãe. Nunca mais fiquei boa do dedo e nem ruim dele. Nunca quis ele de volta. Quem quis ele era a minha mãe. Por muito tempo, fiquei dando meus pedaços para ser amada. Agora não.

Minha mãe ainda quer meu dedo de volta. Eu não quero mais nada. Tenho mãe. Dar um dedinho por uma mãe é muito pouco.

Antes de mim, ela não tinha um dedinho de consideração por ninguém dos filhos. Agora tem.


11/04/2006

É.

Existem muitos tipos de pessoas. Mas uma das piores facetas é a das mal-agradecidas. Pessoas que não vêem, ou fazem questão de não ver. Não vêem o esforço que se faz por elas, não vêem a ajuda que se dá a elas, ao contrário, não perdem uma oportunidade de dizer que estariam melhor sem quem as ajuda...

Geralmente são pessoas acomodadas, que não dão "um prego numa barra de sabão" para não cansar a beleza, arrogantes, prepotentes, infantis. Pessoas que acham que estão sempre com a razão, e não olham em volta nem pra trás, para analisar onde estaríam sem quem as ajude.

Besta somos nós que ajudamos.

É.


25/03/2006

Escolhas

Todos os dias, toda hora, a cada minuto, nós temos que fazer escolhas: Escolher que roupa usar, que caminho seguir, onde comprar, onde deixar ou buscar. Onde iremos consertar isso? Onde poderemos encontrar aquilo? Esse projeto será melhor assim ou daquela outra maneira?

Matamos um leão por dia na nossa jornada de trabalho que inicia com o abrir dos olhos e finda quando o sono, mais forte que nós, nos impede de continuar decidindo por nós mesmos, e nos leva aos sonhos e às decisões que tomamos e que gostaríamos (ou não não não gostaríamos) de tomar.

Estas são as nossas escolhas, nossas decisões. Somos senhores absolutos delas, e podemos nos arrepender, mas serão nossas escolhas, certo? E as ações e pessoas e fatos que nós não escolhemos, mas que nos escolhem ao atravessar nosso caminho? Estas são nossas? Como podemos evitar ou minimizar o impacto que causam certas pessoas ou acontecimentos que nos bombardeiam com uma gama de sentimentos tão maléficos quanto benéficos? Raiva, tristeza, felicidade, preocupação, alegria, estresse, amor, carinho, atenção, e um leque de tantos outros sentimentos que nos fazem perder o rumo, ou acertar o prumo, esses são nossos?

Pois bem digo: São. E talvez sejam mais nossa responsabilidade estes casos que nos atropelam de que nossas próprias escolhas conscientes, porque as escolhas que fazemos conscientemente são fáceis, são simples, mas as coisas que nos tiram da linha traçada no planejamento da vida, essas nos são mais caras, porque não as dominamos, somos por ela arrebatados.

Mas então o que fazer? ESCOLHER. Sim, escolher. De tudo que acontece, escolha tirar proveito. De tudo que lhe rodeia, escolha pegar o melhor. Não no jogo polyanna, mas no jogo da vida. Escolha ser feliz, escolha ouvir os pássaros, escolha não se estressar, escolha curtir mais as coisas pequenas da vida. Se lhe dão um limão, adcione açúcar, faça uma limonada.

Porque no fim do dia, tudo o que lhe aconteceu, já esqueceu que você existe, e só ficou você. Você então é o único responsável pelo que fica com você. Escolha jogar fora as raivas e ficar com as alegrias. Escolha amar mais e odiar menos, escolha os sentimentos bons, e deixe os ruins fluirem com o suor.

Se está como está é porque você quer deixar. Escolha.



16/03/2006

Em Natal existe um beco

Em Natal existe um beco. Um beco que nunca vi, nunca freqüentei, embora tenha passado diversas vezes por lá. O beco existe, é chamado da lama, tem sociedade, tem boêmios, bares, pessoas, personalidades e cultura, mas que eu não conheço. Pergunto-me como não conheço, se adoro boemia e cultura, mas a verdade é que não conheço.

Cristina, a Crys, a dos mil sonhos e das plantas amigas, me disse: Em Natal existe um beco. O Beco da Lama. Tem SAMBA, tem Dunga, Barbinha, José e Meire. Tem a própria Crys, tem o Cid, o Laélio e mais uma inifinidade de pessoas e virtuais interessantes. E tem uma lista de e-mail. Então certo, eu gosto de becos, eu gosto de pessoas, eu gosto de boemia e gosto de cultura. Eu vou entrar. Assim dito, assim feito: Entrei numa lista de e-mails do beco que existe em Natal. O da Lama.

Minha primeira ação na lista do Beco, o da Lama, foi provar que não sou virtual, que sou real. Essa foi uma experiência interessante. Quem há de provar que eu existo mesmo, dentro daquela lista? que eu sou eu mesma e não um protótipo de mim, ou uma personagem de mim? Quem serei eu ou não serei eu na lista, o que provável diferença fará? Bem, acho eu que sou real, digo-me real. "Penso, logo existo", diria Descartes. Penso, logo entro na lista! Entrei!

E nesse Beco, para mim virtual, existe de tudo, de virtuais que virtuam e disvirtuam a lista, que amam e odeiam, beijam e mordem, até os reais que, tal qual os virtuais, vivem!! De bruxos a profesores, médicos, engenheiros, jornalistas, formadores e deformadores de opinião, de tudo tem no Beco, o que faz o beco um dos lugares mais cosmopolitas que já "não conheci".

Conheço agora o Beco, o da Lama, mas só virtualmente. Vejo fotos na lista de pessoas desconhecidas no carnaval, e de pessoas já a mim conhecidas, embora eu não o seja delas. Vejo bares, copos cheios e outros vazios, mesas ocupadas e desocupadas. Um senhor descansa na soleira de uma porta, eu conheço a porta, mas não sei de onde é... Eu quero conhecer o Beco, o da Lama, mas para conhecer o Beco eu preciso que o Beco me conheça. Passei numa sexta, ao final da manhã por suas ruas. Não me parecem as ruas do Beco virtual, são diferentes, são sujas. Vi um de meus conhecidos virtuais passar por mim, do meu lado. Falo ou não falo ou falo que sou virtual e não sou real, ops, que sou real e não virtual. Penso! Penso, logo perco a oportunidade!!!! Lá se vai meu conhecido virtual-real, realmente caminhando pelas ruas do beco, virtualmente sem me conhecer!!

Qualquer dia desses, perco o medo de deixar de ser virtual e vou ver, no "real" essas pessoas que já tanto quero bem, mesmo brigando pelo livro preto, o dos cadeados, ou pela opinião formada, ou pelo mote desfeito! Essas pessoas que escrevem coisas que gostei de ler, que opinam como eu gostaria de opinar, que discutem como eu gostaria de discutir e que brindam à vida, como eu gosto de fazer!!

Beco da Lama, será um prazer conhecer. E tenho dito.


11/03/2006

Bicho esquisito

Hoje conheci um novo tipo de centopéia... Não está listada em nenhum compêndio de insetos, não é citada em nenhum livro de animais. Não há registro legal dela em nenhum almanaque de biologia, mas ela existe. E é uma centopéia encontrada em qualquer lugar, de norte a sul, de leste a oeste. Mas essa também é diferente: É um bicho com dezenas de pernas e braços, mas nenhuma cabeça. É, isso mesmo, sem cabeça. É um bando de adolescentes cheios de álcool.

E sabe o que é mais interessante? Eu já fui um bicho desses, como pode???

Hoje à tarde, as crianças do vizinho resoveram dar uma festa, e acho que os pais sairam, porque a quantidade de álcool e de decibéis era de encher uma piscina, de, no mínimo, 8x4. Carambolas, que SOM ALTO DEMAIS!!! Estou com os tímpanos engessados!!!

Ah, e estressada tb!

Mas, como é que a gente esquece? Esquece como era bom, era um tempo em que não existiam grandes preocupações, embora cada preocupação fosse a maior e a mais preocupante de todo o mundo, mas que no outro dia estava completamente esquecida. A pressa de viver, a distancia dos 30 anos, a impressão de poder e de poder mudar o mundo inteiro só com a força da nossa vontade...

Mas hoje, do alto dos meus 32 anos de vida, olho pra baixo (ou seria para trás) e vejo que eu era mesmo chata!!!!! Como será que meus vizinhos me aguentavam???!?!?!?!


09/01/2006


Ano novo vida nova?

Champagne estourando, fogos de artifício, brindes, listas e mais listas de resoluções, festa, superstições, felicidade. Seja bem vindo, Novo Ano. Seja bem vindo ao ano novo. Todo ano a história se repete: Nos dez segundos que separam o dia 31 de dezembro do dia 01º de janeiro, nós somos tomados por uma irresistível vontade de celebrar mudanças, novidades, maneiras diferentes de fazer o nosso dia-a-dia.

Mas e o dia 02 de janeiro? O que fazemos no dia 02 de janeiro? Voltamos ao trabalho,voltamos aos estudos, aos afazeres de todos os dias, que por mais que tenhamos prometido a nós mesmos que assim não seriam, continuam iguais ao do ano passado. Aos do ano retrasado. E muito provavelmente, aos do ano posterior.

Melhor seria se acordássemos todos os dias, com a motivação, a garra, a ânsia de mudar, de fazer diferença que nos acomete naqueles citados 10 segundos mágicos. Mas parece que a vida é mais pesada que nossos sonhos, o dia-a-dia é mais urgente que nossas listas e vamos acordando nos dias seguintes da mesma maneira que acordávamos no ano passado, e assim vamos, levando a vida, e a vida nos levando, como o rio que corre para o mar, geralmente não aprendemos a fazer desvios.

Ano novo, vida nova? Para a grande maioria, ano novo, vida mesma. Mas valeu a pena os 10 segundos, porque neles fomos outras pessoas, experimentamos novas sensações e demos o gás que nossa vida precisa para se manter, a mesma no ano que corre, com ou sem desvios para o mar do destino. Feliz ano novo. De novo.


Os Aspones

Vejo os noticiários e constato, estarrecida, que o Brasil é realmente um país de Corruptos. Quanta bandalheira, quanta bagunça, quanto roubo. Será possível que todo o ser humano que está naquele congresso é deturpado, eu me pergunto!

Então vem o juiz (que a torcida bem avisou, é ladrão) e me mostra que até os juízes podem ser corruptos, fraudando um evento inteiro em prol de uns trocados a colocar no bolso, pois que os trocados que ele ganha exercendo sua função de juiz não lhe valem a vergonha de fraudar, de enganar toda uma população!

Então penso: Tem como resolver isso? Desde que eu sou criança que se rouba nesse país e ele ainda não sucumbiu à falência. Eta país rico, sô!

Mas fazendo uma análise mais profunda dos fatos, eu vejo que não há como resolver, como melhorar, senão em outra encarnação. Reclamamos dos Juízes de futebol e dos políticos, mas não somos nos mesmos corruptos? Ou atire a primeira pedra quem nunca furou uma fila, quem nunca colou na escola, quem nunca disse uma "meia verdade" para se safar de algum castigo ou tarefa... É sim senhor: Nós Somos Corruptos!!! E se a gente for lá para o congresso, com o charme que tem o poder e o dinheiro que tudo compra, o que é que a gente vai fazer, senão sucumbir????

Precisamos é cuidar da nossa educação antes, antes de tudo. Da nossa! Não da dos nossos filhos, pois assim estaremos somente repassando nossa educação corrupta! Precisamos olhar no espelho e dizer: Eu Não sou! E começar a agir como tal. Façam o teste: Um mês agindo sempre corretamente! Vamos ver o quanto somos errados e o tanto que temos a melhorar. E se todo mundo fizer, em pouco tempo (uma geração?) teremos gente melhor nesse país: Nós, mais conscientes, e nossos filhos, aprendendo pelo exemplo.

Utopia? Com-ple-ta-men-te!!! Mas eu vou lá fazer minha parte (nem que seja só um mês).

:-)




12/08/2005

Reticências

Olho para trás e descubro, ou melhor, constato: Minha vida anda em círculos.

Círculos concêntricos. Cada fase, cada relacionamento, cada amigo, cada conhecido, tudo anda em círculos na minha vida. Eu estou, de tempos em tempos, novamente no ponto final e novamente reinicio tudo de novo.

Mas porque reiniciar se vou certamente voltar para o mesmo ponto? Talvez porque eu ache que dessa vez não vou circular, que dessa vez é linha reta, e vou seguindo, sempre acreditando em mim e nas pessoas que me cercam (ou seriam me circulam). E que agora eu deslancho, vou-me embora, de "mala e cuia", cuidar da vita, tomar novos rumos, respirar novos ares...

E se eu voltar ao ponto de partida, bem, tudo bem. Já sei recomeçar, posso até dizer que gosto de recomeçar.

E lá vou eu, rumo ao futuro, com um pé no passado e a alma no infinito. Até breve ;-)



04/06/2005

Se está aí é por alguma razão

Houve um tempo em que eu acreditava. Acreditava em papai noel, em duendes, em qualquer coisa que me contassem. Acreditava que minha vida seguiria rumos pré-determinados, que era sentar e esperar que o destino me abrisse as portas e mostrasse as janelas...

Hoje, eu acredito que não acredito mais. Acredito que você é o único responsável por sua felicidade ou infelicidade. Todas as coisas que o rodeiam esão aí porque você, e somente você, deixou que chegassem até onde chegaram.

Mas porque sair é tão difícil? Porque a gente fica manseando, acostuma, mas como bem dizia marina colassanti, não deveria. A gente acostuma a sofrer, e caleja tanto que já nem sente mais que é sofrimento, acha que é vida. A gente se anula, se oprime, se reprime, mas para que???

A vida é tão efêmera, passa tão rápido... É preciso levantar do sonho, sair da linha d´água, respirar novos ares, lutar pela vida. Fazer alguma coisa. Ah, mas é tão difícil, é tão arriscado.. É, mas é a única maneira de se viver: Se arriscando.

Você vai deixar do jeito que está?


01/05/2005

A montanha

Lembro de uma de minhas primeiras imagens da infânica, na cidade de Caicó/RN. lá pelos idos dos anos setenta, creio que que não deveríamos ter mais que 50.000 habitantes. Muitas ruas ainda barro batido, muitas casas abertas sem medo e receio do amigo do alheio, e na esquina de onde eu morava, havia uma pedra. Não uma pedra dessas de tropeçar, ou de sentar feito banquinho, mas uma pedra enorme, gigantesca, quase do tamanho de uma casa. Lá, chamamos de 'serrote' (uma pequena serra - montanha). E meu divertimento era subir (escalar) este serrote, e ficar apreciando a cidade, lá de cima, na minha imaginação de criança, lá das nuvens. Podia ver seu chico chegando com o cavaco chinês, surdo como uma porta e impaciente como siri em balde. Via dona francisca levando as crianças para a escola, meus vizinhos, minha vó, Gertrudes, brigando comigo a valer:
- Saia de cima desse serrote, sua cabrita!!! você vai cair dai!!
Mas eu não saía. Era um outro mundo lá em cima, uma outra visão, eu estava acima e fora do alcançe, o que me dava uma boa sensação. E ia sempre ver minha montanha, desafiá-la e escalá-la.
Mas como eu, tudo é efêmero. A cidade começa a crescer, e uma esquina tão imobiliária não poderia ficar com uma grande pedra que de nada servia, menos o que me servia (e a outras crianças, que como eu, também usavam aquela montanha como brinquedo). E a pedra teve que ser demolida.
Demoliram com ela um pedaço de minha infância, fizeram naquela esqina uma casa, como tantas outras casas, como tantos outros lares, que, embora tenham famílias felizes, não têm a magia da grande pedra de subir.
Hoje lembro com saudades, da grande pedra que ficou em minha memória de criança. Talvez maior do que era na verdade, mas muito menor que minha imaginação.



16/03/2005


Efêmera

Segudo o dicionário Houaiss, efêmero é...

■ adjetivo
1 que dura um dia
2 que é passageiro, temporário, transitório
3 Rubrica: botânica.
que desabrocha e fenece no período de um dia (diz-se de flor)
4 Rubrica: botânica.
que apresenta ciclo de vida muito curto, podendo germinar, florescer e dispersar as sementes várias vezes em um só ano (diz-se de planta)
Obs.: cf. anual, bianual, perene, vivaz
■ substantivo
5 o que dura pouco, o que é transitório

Vamos dizer que sou como se fosse transitória, que apareço, mas posso simplesmente desaparecer, que o período de transição entre o ser e o não ser, ou estar e não estar, pode ser um dia, um ano, uma década, um século. Não mais que este século, posto que minha biologia não me deixará ser efêmera mais que o XXI.

Então estou aqui, hoje e agora, e não sei se amanhã, mas olhando sempre para o depois de amanhã. Efêmera, como a vida. Humana, como a espécie. Amiga, como a índole.

Até breve.

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