25/04/2007
Anne é uma grande amiga, dessas de estar a tempo e a hora quando você precisa (e quando não precisa também). E Anne tinha duas gatas. Uma, Sofia, a primeira: Gata preta de amarelos e imensos olhos, gata de bruxa, diriam uns, gata de colo, diriam outras. O fato é que Sofia (o nome da gata) é uma gata querida. Feia. Mas querida. Anne tinha outra gata, a Clara. Clara é angorá, pêlo macio, gata de madame. À semelhança de Sofia, somente os grandes olhos amarelos. Linda. E querida. Anne também tem uma princesa, sua filha, que por castigo dos deuses, é alérgica a pêlos de gatos e gatas, de Sofia e Clara inclusive. Dilema instalado, liga-me Anne altas horas da noite, contando em milésimos de segundo um dia inteiro de drama, como é bem de seu feitio. Ainda hoje não entendo como entendo o que ela fala, com tantas palavras em tão curto espaço de tempo, mas entendo. Há de ser já um dialeto ao qual os amigos de Anne se acostumam, ou têm que se acostumar. E o Drama de Anne é a alergia, e pergunta-me condoída, se eu aceito ficar com Clara, pois há que ela precisa desfazer-se das gatas, e como ela sabe que eu sou uma apaixonada por esta classe animal, me oferece Clara. Aceito-a, adoto-a de bom grado, com todo prazer de ter mais um serzinho na minha casa, que já tem dois cachorros, um coelho e um jabuti (devidamente autorizado). Mas pergunto a Anne, e Sofia??
Ah, a bela Sofia, dos enormes olhos amarelos. Anne me diz que ainda não sabe o que fazer com Sofia, pobre gata desamparada por motivos de força maior, e eu lhe digo. Anne, se não eu, quem haveria de ficar com Sofia, a sofeia gata de enormes olhos amarelos? Mande-me Clara, e mande também Sofia, é feia, mas eu a quero bem.
E assim sendo, temos mais dois lindos serzinhos morando em nossa casa, Sofia, agora Sophia Loren, e Clara, agora Brigitte Bardot. Sejam bem-vindas.
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